O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 87 pontos em julho. Na série com ajuste nacional, o índice aumentou 10,7% na comparação mensal e 2,4% na anual, influenciado pela melhora nos três subíndices: condições atuais, expectativas e investimentos. Apesar de este ser o maior resultado dos últimos 15 meses, o índice se mantém em patamar abaixo da zona de indiferença – de 100 pontos.
“Mesmo com a diminuição das pressões inflacionárias nos próximos meses e novos aumentos nas taxas de juros estarem afastados, ainda não se pode afirmar que teremos recuperação do comércio, uma vez que a demanda permanece muito baixa. A decisão de investimento dos comerciantes será baseada principalmente no comportamento da taxa de juros. Com juros mais baixos associados ao câmbio mais favorável ao comércio, teremos uma janela positiva”, aponta a economista da CNC Izis Ferreira.
O índice que mede as condições correntes alcançou 47,1 pontos. Apesar de ter subido 6,1% em relação ao mês passado, na comparação anual, apresentou queda de 5,8%. A percepção dos varejistas melhorou 9,3% em relação à economia, 6,3% em relação ao setor e 4,6% em relação ao desempenho da empresa. Contudo, para 91,9% dos varejistas, a economia piorou neste fim de semestre.
Expectativas
O resultado do Icec foi puxado, sobretudo, pela expressiva alta no índice que mede, no curto prazo, as Expectativas do Empresário do Comércio. Com 143,6 pontos, apresentou uma elevação de 12,1% ante junho e 10,1% ante o mesmo período de 2015. Houve melhora significativa, na comparação mensal, de todos os itens que compõem o subíndice: economia (18,7%), desempenho do comércio (11,3%) e da empresa (7,6%).
Na comparação com julho de 2015, as perspectivas também aumentaram 27,2% para economia, 13% para o setor e 6,1% para a empresa. Para 70,8% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses.
Investimentos e estoques
Com 81,5 pontos, o índice que mede as condições de investimento ficou 4,2% acima do resultado de junho, influenciado pelo aumento na intenção de contratação de funcionários (9,3%) e na intenção de investimento na própria empresa (3,1%). Já no que diz respeito aos estoques, houve uma ligeira queda, de 0,4%, o que indica que a rotatividade dos produtos diminuiu. Para 31,9% dos comerciantes, os estoques estão acima do adequado.
Na comparação anual, o índice teve uma retração de 4,7%. Em relação a julho de 2015, o único item que apresentou alta foi relativo à contratação de funcionários, que subiu 6,4%, na primeira variação anual positiva desde janeiro de 2014. Para 74,2% dos empresários, as intenções de investimento nas empresas são menores.
A CNC estima que o volume das vendas do comércio de 2016 tenha uma queda de 5,6% no conceito restrito e de 10,6% no ampliado, que inclui materiais de construção e os setores de automóveis.
Fonte: CNC