O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,6% no segundo trimestre de 2016 em relação aos três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados hoje (31) pelo IBGE. Assim, a recessão econômica se prolongou pelo sexto trimestre consecutivo. Apesar da queda ligeiramente mais acentuada que a do primeiro trimestre do ano – quando a economia encolheu 0,4% – a fase mais aguda da atual crise econômica parece, de fato, ter se dado no segundo trimestre de 2015 (-2,3%).
Com o desempenho do PIB dentro das expectativas, a baixíssima base de comparação e a atual tendência de desaceleração gradual do nível de preços levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar de -3,5% para -3,1% sua expectativa para o desempenho do Produto Interno Bruto em 2016. Apesar disso, o prolongamento do aperto monetário, com a Selic fechando o ano a 13,75%, e suas consequências sobre a evolução das contas públicas e sobre o nível geral de atividade contribuem ainda para esse cenário negativo.
“A variação em relação ao mesmo trimestre do ano passado tornou mais evidente a amenização da recessão”, afirma Fabio Bentes, economista da Confederação. Ele aponta que, embora a economia ainda esteja distante da recuperação, a retração de 3,8% foi a menor desde o segundo trimestre de 2015 (-3,0%). Pela segunda vez consecutiva, os três grandes setores apuraram quedas nessa base comparativa, destacando-se negativamente o setor terciário (-3,3%). Para o consumo das famílias, a entidade projeta retração (-4,1%) semelhante à de 2015 (-4,0%). O comércio, por sua vez, registrará sua terceira queda anual consecutiva no PIB. Após cair 1,2% em 2014 e 8,9% no ano passado, a CNC projeta nova queda para 2016 (-7,2%).
Fonte: CNC