Ludovicenses menos endividados em agosto
Após três meses de alta, o percentual de famílias endividadas em São Luís voltou a cair no mês de agosto deste ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomécio), 67,6% das famílias ludovicenses estão endividadas, o que representa uma queda de 3,25% em relação ao mês de julho deste ano.
O estudo demonstra também, que na comparação mensal, outros indicativos são favoráveis à economia. O percentual de famílias que relataram ter dívidas ou contas em atraso entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, portanto são consideradas inadimplentes, ficou em 29,1%, indicando diminuição de 6,13% em relação ao mês anterior. Além disso, o percentual dos que declararam não ter condições de pagar as dívidas em agosto alcançou 12,3%, o que representa redução de 3,15% dos consumidores com tendência a permanecerem inadimplentes.
Dentre os principais tipos de dívida contraídos com maior impacto sobre o nível de endividamento, o cartão de crédito permanece como destaque alcançando 74,5% das famílias, mas apresentando redução de 1,72% em relação a julho de 2016 e queda de 0,67% na comparação anual. O carnê (12,6%), que aparece como o segundo principal tipo de dívida, também sofreu redução atingindo -0,79% dos consumidores na comparação mensal. Já os financiamentos de carro e imóvel sofreram aumentos de 13,04% e 28,57%, respectivamente, sobre o nível de endividamento das famílias ludovicenses.
Para o consultor econômico da Federação do Comércio do Maranhão, Eduardo Campos, o resultado indica um desenvolvimento gradual e favorável para o comércio. “O levantamento reflete a melhora do potencial de compras do consumidor neste período através da queda do nível de endividamento da população, evidenciando oportunidades também para o empresariado renovar a oferta de produtos com mais investimentos”, avaliou o economista.
Dada à importância das consequências econômicas e sociais do endividamento das famílias, a Peic tem como objetivo acompanhar a tendência, além de proceder a um estudo sistemático da natureza e dimensão do endividamento. Dessa forma, foi avaliado ainda o tempo de comprometimento da renda dos consumidores com as dívidas, revelando que o período mais curto proposto na análise foi também o mais citado pelos entrevistados, ou seja, parcela significativa dos consumidores (36%) está comprometida com as dívidas por até três meses, seguido daqueles que estão com a renda comprometida com as dívidas de três a seis meses (33%).
O estudo verificou, ainda, que o comprometimento das famílias com débitos por mais de um ano (15%) sofreu redução de 1,96% em relação a julho de 2016. “Verificamos que há postergação de pagamentos de compromissos de longo e médio prazo oriundos do consumo face à estreita margem de renda dos consumidores disponível para o pagamento ou a renegociação destas dívidas. Porém, as famílias estão tentando honrar seus compromissos de curto prazo o quanto antes, onde já podemos vislumbrar um final de ano de consumidores menos endividados e consequentemente um momento mais favorável para o consumo”, explicou o consultor econômico da Fecomércio-MA, Eduardo Campos.
Saiba mais
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) entrevistou 500 famílias em potencial residentes no município de São Luís-MA. A coleta dos dados é realizada sempre nos últimos dez dias do mês imediatamente anterior ao da divulgação da pesquisa. O estudo apresenta a margem de erro amostral de 3,7% e o nível de confiança de 95%.