Apesar da queda menos intensa nas vendas do comércio nos três meses encerrados em julho (-1,0%), o cenário ainda não é animador para o varejo, que deve amargar seu pior resultado histórico. A avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi feita após a divulgação dos dados de julho da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em 13 de setembro pelo IBGE.
“Mesmo diante de expectativas menos desfavoráveis, dificilmente o varejo deixará de registrar seus piores resultados históricos. Para igualar 2015 – o pior ano do varejo até então –, as quedas nas vendas ante o mesmo período do ano passado não poderão ser maiores do que -0,9% e -7,5%, respectivamente”, afirmou o economista da CNC Fabio Bentes.
A percepção de que a crise vem lentamente perdendo força a reboque da suave desaceleração da inflação e da retomada gradual da confiança de consumidores e de empresários levou a CNC a revisar suas expectativas de queda do varejo restrito de -5,4% para -5,2% e do varejo ampliado de -9,8% para -9,4% ao final de 2016.
Queda do dólar e aumento da confiança influenciaram resultado de julho
A queda do dólar nos três meses encerrados em julho (-8,6%) e a reação da confiança dos consumidores, embora ainda insuficientes para permitir uma recuperação do setor, têm viabilizado perdas menores nos últimos meses.
O destaque negativo de julho ficou por conta do ramo de vestuário e acessórios, que acusou queda de 5,8% em relação ao mês anterior – o pior resultado deste segmento nessa base comparativa desde dezembro de 2014 (-6,8%). Outro segmento a sofrer perdas expressivas foi o de móveis e eletrodomésticos (-1,0%). A despeito da evolução mais favorável dos preços, em ambos os casos, a tendência de alta no custo do crédito – com nove recordes de taxas de juros nos últimos doze meses – impossibilita qualquer recuperação no curto prazo.
Fonte: CNC