Pesquisa de Intenção de Consumo para o Dia das Crianças 2016 em São Luís-MA, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) em parceria com o Sebrae Maranhão, apontou que 66,1% dos consumidores ludovicenses pretendem comprar algum produto para presentear em função da data, enquanto 29,3% não irão comprar nenhum produto, e 4,6% dos entrevistados não sabe ou não respondeu.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a pesquisa indica uma piora no cenário econômico da capital, apresentando redução de 6,51% no nível de consumidores que pretendem comprar algum produto para presentear, além do aumento de 10,57% entre os consumidores que não irão às compras.
“Apresentando um cenário ainda bastante influenciado pelos efeitos da recessão econômica que se instalou no país desde o ano passado, a pesquisa indica que os consumidores ludovicenses permanecem cautelosos com relação às compras. Por outro lado, a conjuntura econômica atual demonstra que, apesar da menor intenção de consumo, as pessoas estão mais preocupadas em quitar suas dívidas antigas e, consequentemente, reduzir o endividamento, o que é bastante positivo quando analisamos a questão em longo prazo”, avalia o presidente em exercício da Fecomércio-MA, Marcelino Ramos Araújo.
De acordo com a Federação do Comércio, a análise do índice de intenção de consumo sugere que o atual cenário econômico está sendo visto pelos consumidores como um momento de contenção de gastos e propício para a renegociação de dívidas e consequente redução do nível de endividamento, o que explicaria a redução das expectativas com relação ao consumo para esta data festiva.
“Apesar disso, o Dia das Crianças ainda desenha um momento econômico favorável. A pesquisa demonstra que dois a cada três consumidores pretendem ir às compras. O consumo deverá estar concentrado entre brinquedos e artigos de vestuário, no entanto, pode ser um momento oportuno para as lojas realizarem promoções de outros itens e conseguirem motivar aos clientes a aumentarem a cesta de produtos que levarão para casa”, completa Marcelino Araújo.
Além disso, o consultor econômico da Fecomércio-MA, Eduardo Campos, explica que o empresário do comércio ludovicense tem entendido esse momento de cautela do consumidor. “A melhora no indicador do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de São Luís durante o mês de agosto em 2,68% comparando a julho aponta para a compreensão positiva do empresariado sobre esta decisão do consumidor de trocar as expectativas de consumo atuais por expectativas de consumo futuro, em função da decisão do consumidor em reduzir seu endividamento corrente, o que possibilitará aumento da capacidade do consumidor em realizar compras a médio e longo prazo com melhor capacidade de pagamento”, ressalta o especialista.
Produtos
De acordo com a pesquisa realizada pela Fecomércio-MA e Sebrae, entre os consumidores com intenção de consumo, 37% apresentaram interesse em adquirir apenas um produto, 38,6% dos entrevistados demonstraram intenção em comprar até dois produtos, 15,0% afirmaram que irão comprar até três produtos e os demais entrevistados (9,4%) indicaram a compra de quatro ou mais produtos. Em relação a 2015, verificou-se a redução de 10,63% de intenção de compra de um produto e aumento de 20,63% para aqueles que desejam comprar até dois produtos.
A lista de produtos preferidos pelos consumidores da capital maranhense para o Dia das Crianças deste ano é liderada por brinquedos com 57,3% de intenção de consumo e artigos de vestuário com 26,2%, que registraram, respectivamente, queda de 6,68% e 17,87% nas intenções de compra em relação ao ano passado.
Também compõem a lista de preferência dos consumidores neste ano os sapatos, tênis, sandálias e cintos com 6,4%, aparelho de som com 3,2%, celular com 2,7%, vídeo game (2,6%), livros (2,4%), aparelho de DVD (1,8%) e bicicleta (1,7%).
A pesquisa também revelou que 31,2% dos consumidores deverão comprar presentes para meninos e 29,3% afirmam que irão adquirir produtos para meninas, enquanto 39,6% deverão comprar itens para ambos os sexos. Já em relação ao parentesco do consumidor com o presenteado, 34,4% disseram que o presente é para o filho, 26,6% para o neto, 24,8% para o sobrinho, 5,7% para afilhado e 1,4% para enteado. Já 7,1% dos consumidores apontaram outras relações de parentesco não especificadas.
O economista da Fecomércio-MA explica que a concentração das intenções de consumo dos ludovicenses nos brinquedos e artigos de vestuário se dá em função da percepção do aumento dos preços motivados pela inflação. “Em um cenário de elevada inflação, onde o índice IPCA que é medido pelo IBGE indica inflação acumulada dos últimos doze meses em 8,97% até agosto deste ano e de 0,44% apenas no mês de agosto, torna o consumidor mais crítico em relação ao preço dos artigos comprados para presente e, ocasionalmente, favorece a substituição de produtos com elevado preço, tendo em vista o artigo que venha a trazer maiores benefícios à criança presenteada”, afirma Eduardo Campos.
Gastos
Entre os consumidores que irão às compras ou irão comemorar a data, a faixa de valores mais citada para os gastos nesse período ficou situada entre 51 a 100 reais, indicada por 27,3% dos entrevistados, seguida pela faixa de 151 a 200 reais apontada por 20,7% e pela faixa de até 50 reais com 12%. Outros valores que também foram citados pelos consumidores foram de 101 até 150 reais (11%), de 251 a 300 reais (10,9%), de mais de 400 reais (8,2%), de 201 a 250 reais (5,1%) e de 351 a 400 reais (2,9%).
Com isso, a média do valor do presente pretendido pelo consumidor este ano foi calculado em 95 reais, enquanto a média do valor total da compra, considerando os gastos com a comemoração e aqueles que irão comprar mais de um produto para presentear, foi calculado em 183 reais. Em relação ao ano passado, houve um aumento no valor médio da compra de 6,40% e de 5,56% no valor médio do presente, desconsiderando-se a inflação acumulada do período.
Tendo esse cenário desenhado pela pesquisa, o economista Eduardo Campos aponta que algumas estratégias são importantes para os empresários implementarem as vendas neste momento. “Como estratégia consistente para o setor varejista, destacamos a necessidade da empresa em adotar um posicionamento priorizando a exposição do seu produto que leve em consideração os preços praticados, as promoções de vendas ofertadas, a localização do ponto comercial, e se todos estes fatores juntos abrangem o público alvo desta empresa e o valor que o consumidor tem disponível para consumo”, observa.
A pesquisa também destacou que a forma de pagamento preferida pelos consumidores para o Dia das Crianças deste ano continua sendo a modalidade à vista com dinheiro, que registrou 51,3% da indicação entre os entrevistados, tendo 35,9% optado pelo uso do cartão de crédito e 15% optado pelo uso do cartão de débito. Já 1,6% dos consumidores optaram pelo uso de carnês/crediário como modalidade preferencial de pagamento. Em relação ao ano passado, a preferência pelo pagamento à vista com dinheiro teve leve alta de 0,20%, enquanto a tendência pelo uso do cartão de crédito subiu 6,21%.
“O encarecimento do crédito mediante as altas taxas de juros praticadas no mercado induzem o consumidor a optar pelo pagamento à vista em dinheiro, embora o uso do cartão de crédito se mantenha expressivo devido à necessidade do consumidor em ajustar os gastos dentro do orçamento familiar mensal”, afirma o consultor econômico da Fecomércio-MA.
Quanto aos locais em que os consumidores pretendem comprar os presentes para o Dia das Crianças, 47,5% apontam a preferência pelas lojas de Shopping Centers, seguido das lojas do Centro comercial com 40,2%, lojas de ruas/bairros/galerias com 8,9%, comércio informal no centro/camelôs com 0,9%, internet com 0,8%, loja de departamentos com 0,7%, supermercados/hipermercados com 0,4% e catálogo com 0,3% da preferência do consumidor. Na comparação com o ano passado, as lojas do shopping aumentaram 24,02% na preferência do consumidor, enquanto o Centro comercial e as lojas de ruas/bairros e galerias reduziram respectivamente -13,55% e -28,8%.
Saiba Mais
A pesquisa entrevistou 700 pessoas em São Luís, entre homens e mulheres com mais de 18 anos, nos principais pontos de circulação de consumidores da cidade entre os dias 1 a 5 de setembro. A margem de erro da amostra é de 3,7% e o nível de confiança da pesquisa é de 95%.