A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) faz projeções otimistas para o setor neste segundo semestre e em 2018. O dado mais importante na avaliação feita pelo economista Fabio Bentes é a abertura líquida (mais novos estabelecimentos em relação ao número dos que fecharão suas portas) de lojas no próximo ano. Já no primeiro trimestre de 2017, o fechamento de lojas foi 75% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior, o que, na sua análise, significa “uma piora menos intensa da atividade econômica.”
Outro dado positivo é a projeção de crescimento de 1,2% no varejo ampliado (varejo restrito, veículos, motos e peças e material para construção) neste ano em relação a 2016, apesar da queda de 1,8% ao final do primeiro quadrimestre. Alguns setores estão puxando a recuperação. Ele citou vestuário e calçados, materiais de construção, móveis e eletrodomésticos.
Devem acompanhar essa trajetória de crescimento os hiper e supermercados, que compõem o segmento de maior importância para o varejo. Bentes registrou uma relevante concentração de negócios nas grandes redes, que vêm assumindo o controle das menores, que têm pouca competitividade.
Emprego
Fabio Bentes chamou atenção ainda para a recuperação do emprego, com um crescimento ainda pequeno de dois mil postos de trabalho. “É um número que pode parecer pouco significativo à primeira vista, mas que ganha muita relevância diante do fechamento de mais de 177 mil empregos no ano passado”, observou.
Ainda na entrevista, o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, destacou que os números apresentados pela entidade dão suporte à perspectiva traçada de recuperação da atividade da economia neste segundo semestre e em 2018. Para ele, o pior da crise já passou.
Base dessa expectativa otimista, segundo ele, é a queda da inflação. Carlos Thadeu afirmou que, no início do ano, o cenário não era tão animador, mas agora já é possível prever uma taxa de 3,2%. Esse quadro positivo, a seu ver, permite ao Banco Central manter a política de redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,25%, podendo chegar a 8% no fim de 2017 e atingir 7% no ano que vem.
A disponibilidade de crédito – importante fator para o desenvolvimento do comércio – deve ficar estável neste ano. “A alta nominal deve ficar ao redor de 2%, mas haverá queda real diante da inflação prevista, de 3,2%.” Por fim, Carlos Thadeu avalia que o crescimento econômico independerá no ano que vem de haver ou não reforma da Previdência.
Fonte: CNC