Intenção de consumo segue crescendo
De acordo com a pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 106 pontos no mês de fevereiro em São Luís, o que representa a quarta elevação consecutiva no indicador na capital. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice revelou aumento de 9,5%, e na evolução mensal, o crescimento foi de 3,7% em relação ao mês de janeiro.
Com isso, o índice registrou o maior nível de predisposição para o consumo na capital maranhense desde julho de 2015. Além disso, pelo segundo mês consecutivo o ICF manteve-se acima dos 100 pontos, onde de acordo com a metodologia da pesquisa, está localizada a zona de indiferença do consumidor, sendo que os níveis abaixo dessa linha são considerados de pessimismo e acima são entendidos como otimismo das famílias.
“Os aumentos de intenção de consumo das famílias em São Luís sucederam-se em um período de gradativa retomada das atividades comerciais, após dois anos de imersão em uma profunda crise econômica. O ano de 2017 já encerrou com crescimento no volume de vendas de 4,5% para o varejo restrito e de 7,7% para o varejo ampliado no Maranhão, acima da média nacional que foi de 2,0% e 4,0%, respectivamente”, explicou o presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro da Silva.
De modo geral, a alta mensal registrada no indicador foi puxada, principalmente, pela percepção quanto ao Momento para Duráveis (+8,4%), à Perspectiva de Consumo (+6,0%) e à Perspectiva Profissional (+4,8%). Do total de sete itens analisados na composição do índice, apenas o subcomponente Nível de Consumo Atual apresentou variação mensal negativa (-3,4%).
Para a Federação do Comércio, a manutenção da curva ascendente da intenção de consumo dos ludovicenses segue fundamentada na recuperação do mercado de trabalho e da capacidade de renda das famílias. “O reforço no mercado de trabalho, que alcançou números positivos na capital e no estado nos últimos meses, ampliou a capacidade de renda das famílias, e aliado a um cenário de inflação em patamares bastante rasos, gerou consequências diretas na percepção dos consumidores sobre suas intenções de consumo cada vez mais elevadas”, avaliou José Arteiro da Silva.
Indicadores
Na composição absoluta do índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), quatro subcomponentes apresentam-se no cenário de otimismo para os consumidores ao pontuarem individualmente acima dos 100 pontos. Os itens Perspectivas Profissionais (158,8 pontos), Renda Atual (112,3 pontos), Emprego Atual (108,2 pontos) e Momento para Aquisição de Bens Duráveis (103,6 pontos) refletem a percepção dos consumidores ludovicenses quanto à melhoria gradativa do mercado de trabalho e, consequentemente, da renda.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a capital São Luís acumulou no segundo semestre de 2017 um saldo positivo de 3.541 empregos com carteira assinada, sendo somente o setor de comércio responsável pela criação de saldo de 1.144 vagas de empregos formais nos últimos seis meses do ano passado ao se avaliar o número geral de contratações e demissões no período.
“Com a economia empregando mais do que demitindo, tem-se uma retomada importante do potencial de renda das famílias. É nesse cenário que iniciamos 2018 e, por isso, explica-se essa elevação dos níveis atuais de intenção de consumo”, ressalta o presidente da Fecomércio-MA.
Por outro lado, três subcomponentes do ICF ainda se encontram abaixo da zona de indiferença e são considerados restritivos para o crescimento pleno do consumo nesse momento, que são os itens Consumo Atual (73,5 pontos), Acesso ao Crédito (91,3 pontos) e Perspectivas de Consumo (94,2 pontos). Para a Fecomércio-MA, o levantamento mostra que, embora se tenha uma melhoria em relação ao emprego e à renda, a efetivação de uma disparada mais destacável para o comércio de São Luís ainda está bastante dependente da flexibilização dos atuais níveis de juros para o financiamento do consumo.
Segundo o Banco Central, em janeiro deste ano a taxa média de juros das operações com pessoas físicas foi 55,8% ao ano, com destaque para as operações com cartão de crédito ou cheque especial que mantem taxas médias de 325% ao ano, consideradas muito elevadas pela Federação do Comércio do Maranhão e, de acordo com a entidade, um dos principais entraves para o consumo atualmente.
Saiba mais
A pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador antecedente que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. O indicador tem capacidade de medir, com alta precisão, a avaliação que os consumidores fazem dos aspectos importantes da condição de vida de suas famílias, tais como capacidade de consumo atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, condições de crédito, segurança no emprego e qualidade de consumo presente e futuro.
Fonte: Ascom