Intenção de consumo das famílias de São Luís
A Intenção de Consumo das Famílias ludovicenses realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) manteve a trajetória de crescimento iniciada em junho e ultrapassou a barreira dos 100 pontos em outubro, considerando a zona de indiferença, revelando otimismo real dos consumidores pela primeira vez desde março.
Esse otimismo, por sua vez, tem se refletido no crescimento do volume de vendas, que de janeiro até agosto já acumula aceleração de +6,5% no estado, bem acima da média brasileira que foi de +2,5%.
O destaque da visão mais otimista dos consumidores continua voltada para a recuperação do momento para a compra de bens duráveis.
NACIONAL
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), alcançou 86,7 pontos em outubro de 2018, registrando queda de 0,3% em relação ao mês passado, após duas altas consecutivas. Já na comparação anual, o aumento foi de 11,3%.
O estudo mostra que, dos sete componentes do ICF, quatro subindicadores apresentaram-se negativos na comparação mensal, com destaque para Momento para Duráveis (-3,3%) e Perspectiva de Consumo (-1,2%). O subíndice Renda Atual foi o que mais subiu (+1,0%), enquanto Nível de Consumo Atual (+0,3%) e Emprego Atual (+0,1%) cresceram moderadamente.
Segundo o economista da CNC Antonio Everton, as famílias têm se mostrado reticentes com relação às intenções de consumo. “A lenta recuperação do mercado de trabalho, o comportamento dos juros, o elevado endividamento, a alta do dólar, os reajustes das tarifas e, principalmente, a indefinição quanto ao rumo da economia em 2019, influenciaram a decisão de compra”, pontua.
A pesquisa também aponta que o nível de consumo melhorou em relação a 2017, o que pode ser um sinal de melhor distribuição de recursos dentro do orçamento. Merecem destaque os subíndices Nível de Consumo Atual (+24,4%), Perspectiva de Consumo (+15,0%) e Renda Atual (+12,6%).
A sensação quanto à segurança no emprego manteve-se praticamente estável (+0,1%) em relação a setembro. Dos sete subíndices do ICF, Emprego Atual e Perspectiva Profissional são os únicos acima de 100 pontos. Em outubro, o Emprego Atual (com 113,4 pontos) ficou praticamente no mesmo estágio de março deste ano (113,5 pontos).
Em relação ao mercado de trabalho, a análise da CNC mostra que a elevação de +1,0% do subíndice Renda Atual pode ter sido influenciada pelo impacto da liberação dos recursos do PIS/Pasep. “Também pode-se considerar que a renda tenha crescido em virtude de ganhos adicionais decorrentes de trabalhos extras, como meios para aumentar o orçamento”, observa Antonio Everton.
Perspectivas para 2018
A liberação de recursos do PIS/Pasep vem ajudando as vendas, injetando no consumo aproximadamente R$ 10,3 bilhões do total sacado nos meses de agosto e setembro. Diante disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de +4,3% para +4,5% sua estimativa de crescimento do setor este ano. Foi a primeira revisão positiva desde a greve dos caminhoneiros em maio.