A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou aumentos de 2,7% em fevereiro diante de janeiro deste ano e de 13,1% na comparação anual, consequência de um cenário econômico mais favorável do que em 2018. Tanto na comparação mensal quanto na anual, é maior patamar para fevereiro em quatro anos. O ICF acumula alta de 8,0% no primeiro bimestre do ano, a maior combinação mensal de toda a série, iniciada em janeiro de 2010.
Pelo terceiro mês consecutivo, todos os componentes da pesquisa registraram taxas de variação positivas. Momento para Duráveis (+4,4%), Perspectiva de Consumo (+3,4%), Compra a Prazo (+3,0%) e Renda Atual (+2,8%) foram os subindicadores que mais impulsionaram o ICF. Regionalmente, as famílias do Sul (+4,2%), Norte (+3,5%) e Sudeste (+3,4%) puxaram a alta de fevereiro. O Centro-Oeste foi a única região onde as famílias registraram taxa negativa (-0,9%) nas decisões de compra.
“O cenário de inflação baixa e de queda gradual do desemprego tem impulsionado o consumo das famílias nos últimos meses. Além disso, a sinalização de que os juros básicos deverão permanecer inalterados no curto prazo contribui para o resgate das condições de consumo a prazo. Neste contexto e ainda neste semestre, a intenção de consumo das famílias deverá continuar evoluindo positivamente, superando as avaliações predominantemente pessimistas que perduraram nos últimos quatro anos”, explica Fabio Bentes, economista-chefe da CNC.
Apesar da evolução consistente da propensão ao consumo em 2019, o ICF ainda permanece abaixo de 100 pontos – situação que perdura desde abril de 2015 (ao ultrapassar os 100 pontos, o ICF estaria na zona de otimismo). Essa situação tem sido influenciada pela maior insatisfação das famílias com ganhos até 10 salários mínimos (95,4 pontos). As famílias com rendimentos acima desta faixa de renda (113,7 pontos) ultrapassaram os 100 pontos desde novembro de 2018.
Perspectivas: CNC projeta alta maior das vendas neste ano
Quanto aos indicadores Perspectivas Profissionais (+1,2%) e de Consumo (+3,4%), a reação do mercado de trabalho e a permanência da inflação em patamares mensais baixos seguem ampliando a confiança dos consumidores. Em fevereiro, cerca de 36,0% das famílias entenderam que a capacidade de consumo doméstico vai aumentar nos próximos meses, enquanto 33,9% perceberam o contrário. Há um ano, 29,7% das famílias entrevistadas consideravam que as condições de compra iriam crescer, enquanto 44,7% reconheciam que as condições poderiam diminuir.
Superado o período da recessão, as vendas no comércio varejista avançaram 4,0% em 2017 e 5,0% no ano passado. Para 2019, a CNC estima que o volume de vendas do comércio varejista deverá crescer 5,6%, na comparação com 2018.
Fonte: CNC