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Intenção de Consumo cresce em agosto, mas inflação dificulta otimismo das famílias

Assessoria de Comunicação

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22/09/2021 16h09 - Atualizado
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O avanço do indicador foi incentivado, principalmente, pela intenção de consumo das famílias com até 10 salários-mínimos

A Intenção de Consumo das Famílias de São Luís (ICF) de agosto manteve recuperação no índice geral, fechando o mês com 63,8 pontos. Mesmo abaixo da zona de otimismo (100 pontos), a pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA) e Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra variação positiva de 1,07%, no comparativo com julho.

O avanço do indicador, ainda que pequeno, foi incentivado principalmente, pela intenção de consumo das famílias com até 10 salários-mínimos, que vêm sentindo fortemente os efeitos da inflação do período, puxada com mais força pelos grupos de Alimentação e bebidas e Transportes. No entanto, ressalta-se que ao longo de 2021, a intenção de consumo destas famílias melhorou 17,49% de janeiro a agosto, mas o aumento dos custos com alimentação (+3,69%) e com transportes (+12,47%) têm contribuído para a recuperação com o ‘freio de mão puxado’.

Na comparação de agosto deste ano com o mesmo período de 2020, a ICF teve um crescimento de 29,42%. A evolução do dado demonstra uma recuperação da economia maranhense da perspectiva do consumo doméstico, que possibilita reforçar uma tendência de otimismo para os próximos meses.

“Nesta mesma época, no ano passado, sem a perspectiva de vacinação da população e os primeiros Decretos de reabertura econômica, o consumo encontrava-se levemente estagnado, situação bastante diferente do vivido atualmente”, destaca o presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro.

Acesso ao crédito

No subindicador de ‘Compras a Prazo’, a ICF mostrou que as famílias ludovicenses apresentam irregularidade no comprometimento da sua renda futura. Nos últimos 4 meses (maio a agosto), a avaliação que as famílias fazem sobre sua capacidade de acesso ao crédito tem decaído, impactando em um eventual arrocho do consumo familiar, uma vez que a renda mensal deixe de ser suficiente. No comparativo com julho, a percepção do consumidor sobre o momento para realizar compras a prazo teve variação negativa de -4,8%. As incertezas no cenário econômico nacional e a elevação da taxa básica de juros, a Selic, que é referencial para as demais taxas de juros praticadas no Brasil, tem dificultado o crédito familiar, meio que impulsiona o consumo de bens de maior relevância para o ambiente familiar.

Consumo atual

Na avaliação geral, o índice do ‘Nível de Consumo Atual’ cresceu 2,5 pontos percentuais, no entanto, ainda segue em situação de pessimismo com 39,3 pontos. Vale ressaltar que este índice tem se sustentado pelo consumo das famílias com renda elevada (mais de 10 salários-mínimos). Nesta categoria específica, o subindicador chegou próximo à zona de otimismo, com 80,3 pontos.

Em relação à ‘Perspectiva de Consumo’, o cenário também é de cautela. O levantamento de agosto marcou 46,2 pontos, 1,30% acima em relação ao mês anterior, e 3,06% acima do mesmo período do ano passado. A inflação continua sendo um peso na evolução dessa expectativa.

Emprego

A recuperação econômica local tem permitido pleitear um cenário mais esperançoso para os próximos meses. No subindicador da ‘Situação de Emprego Atual’ a ICF aponta um ganho acumulado de 10% de janeiro a agosto de 2021, encerrando o mês com 77 pontos, desempenho igual ao de julho. A aposta para os próximos meses, de acordo com a tendência apresentada pela pesquisa, é que à medida em que o mercado de trabalho consolide uma reação, aumente também a segurança dos consumidores na estabilidade do seu emprego atual, refletindo positivamente na confiança sobre o consumo das famílias.

Sobre a ICF

A ICF é uma pesquisa que mapeia o potencial de venda do comércio, a partir da avaliação dos consumidores de São Luís. O levantamento mostra aspectos da situação de vida deste público-alvo, entre os quais, capacidade de consumo, segurança no emprego e condições de crédito. A confiança é medida em uma escala de 0 a 200 pontos, sendo a marca dos 100 pontos a zona de indiferença, abaixo disso é considerado pessimismo e acima é a zona de otimismo.

Fonte: Ascom