Confiança do comércio volta a subir
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio), apresentou índice de 99,6 pontos em São Luís durante o mês de agosto em uma escala que vai de 0 a 200 pontos, revelando um crescimento de 2,68% no índice quando comparado ao mês anterior, na série com ajuste sazonal.
Na relação com o mesmo período do ano passado, o Icec apresentou alta de 4,84%. Apesar da melhora do índice, o nível de confiança do empresário do comércio ainda se encontra abaixo do nível de indiferença de 100 pontos. “Consideramos o ponto 100 da escala como a referência para saber se o empresário está pessimista ou otimista com relação à economia. Com isso, a manutenção do índice atual abaixo desse referencial pode ser explicado pela continuidade da recessão e seus reflexos nas atividades do comércio”, analisa o consultor econômico da Fecomércio, Eduardo Campos.
Contudo, o economista explica também que a melhora do Icec na comparação mensal e anual em São Luís já indica a tendência de recuperação gradual das atividades do comércio a partir da perspectiva de melhora da confiança empresarial na economia. “Isso já deve contribuir para elevar os investimentos realizados por empresários no médio prazo, permitindo o surgimento das condições que antecedem o fim de uma recessão econômica”, ressalta o especialista.
Dentro da análise do Icec para o mês de agosto, alguns componentes formadores do indicador trazem um panorama favorável à construção de novas estratégias de investimento no setor do comércio por serem indicadores antecedentes de vendas. Entre esses componentes, destaca-se a melhora do índice de condições atuais do empresário do comércio, com elevação de 19,32% em relação ao mês anterior e alta de 1,74% comparado ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o Icec apresentou a redução de 1,71% nas intenções de investimento do empresário do comércio em relação ao mês anterior e de 2,71% comparado a agosto de 2015. Nesse indicador, foram observados que os principais subitens que influenciaram negativamente a composição do índice em relação ao mês anterior foram o nível de contratação de funcionários (-0,76%) e a situação atual de estoques (-5,90%), embora esses componentes tivessem apresentado evoluções positivas nos meses anteriores. Já o subitem que mede especificamente o nível de investimento das empresas subiu 1,98% na comparação mensal. “Existe uma necessidade empresarial de manter investimentos em vitrines e demais estruturas físicas voltadas ao atendimento e realização das vendas, principalmente com a proximidade do fim do ano, e isso mantém a perspectiva de elevação do nível de investimento observada nos últimos três meses”, destaca Eduardo Campos.
Outro componente do Icec é o índice de expectativa do empresário do comércio, que apresentou alta de 0,44% em relação ao mês anterior. Esse item é composto por três subitens, onde se destaca a expectativa do comércio (+0,87%), a expectativa das empresas comerciais (+0,84%) e as expectativas relacionadas à economia brasileira que apresentaram tênue retração de -0,33%, provavelmente diante das incertezas políticas em âmbito nacional e sua influência sobre o empresariado local.
Atividade
No corte por grupo de atividade, o Icec apresenta um melhor desempenho do indicador relacionado aos bens não duráveis, que atingem 105,6 pontos na escala de 0 a 200 pontos, alcançando o patamar de satisfação (acima de 100 pontos), mas apresentando uma variação mensal negativa de 0,7%. Em segundo se apresentam os bens duráveis com 95,7 pontos, revelando uma variação mensal positiva de 4,3%, e os bens semiduráveis com 95,2 pontos e variação mensal positiva de 2%.
Quando a análise é feita a partir do porte da empresa, tendo em vista a quantidade de funcionários, o melhor desempenho está entre as empresa com até 50 funcionários que atingem 99,8 pontos na escala, com variação mensal positiva de 2,7%. Enquanto isso, as empresas com mais de 50 funcionários apresentam 85,7 pontos, com variação mensal negativa de -2,3%.
“Este melhor desempenho do indicador Icec apontado pelas empresas com até 50 funcionários indica a importância socioeconômica desempenhada pelas micro e pequenas empresas, principalmente diante da capacidade de geração de empregos, uma vez que as MPE’s representam 91,9% do total de empresas ativas no Brasil e 93,5% das empresas ativas no Estado do Maranhão”, conclui o economista da Fecomércio, Eduardo Campos.