Consumo ludovicense em tímida recuperação
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio), atingiu 96,8 pontos em março de 2017 na capital, em uma escala de 0 a 200. Apesar de continuar abaixo do grau de satisfação que é a partir de 100 pontos, o índice permaneceu estável na comparação mensal, após ter demonstrado contínua evolução desde maio de 2016. Na comparação anual com ajuste sazonal, o ICF apresentou alta de 6,84% em relação ao mesmo período de 2016.
Para o mês de março deste ano, o indicador apresentou redução nos componentes que avaliam o Emprego Atual (-4,8%), Renda Atual (-0,5), Nível de Consumo Atual (-7,2%) e Momento para Aquisição de Bens Duráveis (-10,8%). De acordo a Fecomércio, o desempenho verificado nos subitens reflete as condições econômicas instáveis e a percepção do consumidor em quitar dívidas antigas para diminuir o endividamento que alcançou 70,5% dos ludovicenses em fevereiro.
“Nos últimos anos verificamos o baixo desempenho da economia em importantes setores como indústria e comércio, que ainda não recuperaram seu potencial de receitas advindas de suas atividades. Além disso, verifica-se um elevado índice de endividamento no mês de fevereiro desse ano, o que estrangula o orçamento familiar em curto prazo e limita a melhora dos resultados relacionados ao consumo”, explicou o consultor econômico da Federação do Comércio do Maranhão, Eduardo Campos.
Expectativa
A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias indica que a perspectiva profissional dos consumidores aumentou 4,8% na comparação mensal, o que demonstra que as empresas estão com seus quadros funcionais reduzidos, mas aptas a requalificar e manter seus profissionais, o que resulta na expectativa de melhoria profissional para aqueles que se encontram empregados. Além disso, os componentes que avaliam a Compra a Prazo e a Perspectiva de Consumo também apresentaram variações positivas de 7,9% e 3,7%, respectivamente.
“Um dos prováveis fatores para esse resultado está nas melhores condições na compra a prazo com a tendência de redução dos juros no decorrer de 2017. As mudanças das regras no uso do rotativo do cartão de crédito previstas para o início do próximo mês, também favorece a elevação do acesso ao crédito, já que o cliente não poderá ficar por mais de um mês nesta modalidade em que se aplica as maiores taxas de juros do mercado, sendo direcionado a linhas de crédito com condições mais favoráveis, parcelando a dívida ou permanecendo em uma linha de crédito com taxas mais baixas”, destacou Eduardo Campos.
O especialista analisa ainda, que existe atualmente a necessidade das famílias em organizar o seu orçamento e isso tem gerado ações que aumentam a margem para o consumo. “Entre as ações adotadas pelas famílias, destaco a adequação às necessidades de redução do endividamento, a redução de encargos de juros incidentes em suas compras mediante a troca de dívidas com juros altos por dívidas com juros mais baixos, além do acesso de algumas famílias aos recursos advindos do saque do FGTS. Estas situações destacadas impactam sobre o consumo em um médio prazo”, finalizou.
Saiba mais
A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador com capacidade de medir, com a maior precisão possível, a avaliação que os consumidores fazem sobre aspectos importantes da condição de vida de sua família, tais como a sua capacidade de consumo (atual e de curto prazo), nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro. Em outras palavras, é um indicador antecedente do consumo, a partir do ponto de vista dos consumidores, tornando-o uma ferramenta poderosa para o planejamento do comércio e de outras atividades produtivas.
Fonte: Ascom